Resumo: Esta pesquisa na área de Filosofia pretende aprofundar o campo conceitual da cultura e da estética contemporânea em perspectiva decolonial e latino-americana. Daremos continuidade às investigações desenvolvidas nos últimos anos na rede do grupo FiloMove Filosofias, Artes e Estéticas da América Latina atuando transversalmente no Ensino, na Pesquisa e na Extensão acadêmica. No biênio 2023-2025 procuramos examinar o status filosófico dos arquivos, sua utilização e função enquanto recurso da arte contemporânea; pois acreditamos que incorpora novos desafios ao debate filosófico sobre a cultura.

“Amor… doce ilusão”: arquivos da cultura alagoanos de Mário Marroquim

Resumo: No contexto da pesquisa Estéticas da Memória: Arquivos de Maceió (PIBIC 2023-2024) pretende-se investigar a obra do arquivo do compositor alagoano Mário Marroquim, publicada no 9° Caderno de Compositores Alagoanos (MARROQUIM, 1984) alocado no Museu de Imagem e Som MISA. Em uma primeira etapa, realizamos uma análise da obra “Amor… doce ilusão” (Valsa inédita), à luz das proposições teóricas lançadas pelos Estudos da Performance – na perspectiva da América Latina – (TAYLOR, 2013). Será considerada a estilística do compositor e o universo sociocultural da Música de Salão pianística alagoana do fim do século XIX e começo do século XX. Serão observadas as tensões produzidas entre os modos de apresentação (ao vivo), as formas de registro sonoro e audiovisual (AUSSLANDER,1997) assim como os marcadores culturais e estilísticos que emergem desse arquivo musical ao ser interpretado na atualidade. Esperamos aprofundar a reflexão sobre arquivos da cultura alagoana invisível e projetar nosso trabalho para uma segunda etapa, através da editoração da peça, a interpretação em diversos locais de Maceió e a gravação em estúdio.
(Orientação Prof. Dr. Natacha M. López Gallucci PPGFIL ICHCA UFAL).

Nesta pesquisa pretendo uma autoetnografia sobre o processo de criação no trabalho de intérprete para o personagem Rodolfo Kusch, no espetáculo Estação Latinoamericana: uma homenagem a Rodolfo Kusch (2022). Sobre isso, vale ressaltar que, a habilidade social de autorrevelação (a capacidade de falar sobre si mesmo e de suas experiências), como nos apontam os Prette (PRETTE, A.; PRETTE, D. 2010), como sendo parte importante no trabalho clínico do paciente
em tratamento psicoterapêutico e/ou em treinamento de habilidades sociais, foi tombada aqui como um fator importante no amadurecimento da aprendizagem e no desenvolvimento dos desempenhos e competências do intérprete. Visto isso, as observações e anotações da experiência pessoal do intérprete durante e sobre seu processo de criação para a construção de um papel, na montagem em
questão, foi o objeto do nosso estudo e reflexão  (Orientação Prof. Dr. Natacha M. López Gallucci PPGFIL ICHCA UFAL).

Resumo: A pesquisa Filosofia e performances culturais: arquivos orgânicos, forma parte do projeto Estéticas contemporâneas: Arquivos, Memória e Performance (PIBIC 2023-2024 UFAL), orientado pela Prof. Dra. Natacha M. López Gallucci, e busca investigar, questionar e refletir filosoficamente sobre o acervo da cultura Romani no nordeste do Brasil; examinando, principalmente, as produções do Grupo Leshjae Kumpaja, cujas atividades artísticas e culturais datam de 2013. Dentro da comunidade Romani em Maceió, o corpo adquire na transmissão oral, na dança, no canto e na interpretação musical relevância enquanto “arquivo orgânico”, proporcionando – de um lado – a manutenção da tradição e a transmissão aos jovens de repertórios, valores culturais e uma gestualidade própria, e – de outro – redes de filiação desenhadas culturalmente para combater o anticiganismo ou Romafobia, ainda existente no Brasil.

SILVA (Bolsista PIBIC, FiloMove, Lic. em Filosofia, UFAL

A apresentação visa abordar aspectos teóricos iniciais do Projeto de pesquisa do PIBIC ciclo 2023-24 “Estética Contemporânea na América Latina” (Orientação Prof. Dr. Natacha M. López Gallucci PPGFIL ICHCA UFAL). Tomando como referência a Estética filosófica, iniciaremos objetivando as mudanças em redor da concepção e definição de arte na história. Observaremos o período de transição para a modernidade e as principais mudanças trazidas pelas perspectivas de filósofos como Hans Belting (1935-2023) na obra O Fim da História da Arte e Arthur Danto (1924-2013) no livro Após o Fim da Arte. Em seguida, e a partir das provocações das artes contemporâneas, propomos uma reflexão possível entre as teorizações da a Estética Contemporânea e da Filosofia Aplicada, principalmente no estudo do conceito de Objeto Relacional. Retomaremos para esse fim o trabalho artístico da brasileira Lygia Clark (1920-1988), seu legado nas artes plásticas e contribuições para uma terapêutica da arte; com amostras das suas obras de referência e seu impacto na cena da arte contemporânea e “relacional” na América Latina. Por fim, serão socializados possíveis desdobramentos que a pesquisa propõe na ligação entre cultura, arte e filosofia na América Latina. 

Em linhas gerais, o negacionismo científico se caracteriza pela rejeição de evidências, estudos e resultados sólidos e amplamente aceitos na comunidade científica. Ou seja, os negacionistas rejeitam juízos científicos consensuais. A motivação do negacionismo pode ser de ordem ideológica, política ou econômica. Porque os negacionistas têm algo a perder, eles forjam desacordos científicos inexistentes e lançam dúvidas sobre evidências cientificamente bem consolidadas. Nessa esteira, Diethelm e McKee (2009) apresentam cinco sinais ou estratégias praticadas pelo negacionismo científico: (1) o uso de teorias conspiratórias; (2) o apelo a falsos especialistas; (3) a seletividade de estudos; (4) a imposição de falsas expectativas e (5) a deturpação e emprego de raciocínios falaciosos. Nesta palestra, vou sugerir um sexto sinal (ou estratégia) presente no negacionismo científico: a recusa à deferência científica. Em particular, pretendo argumentar que o erro fundamental do negacionista consiste em não reconhecer a evidência de ordem superior quanto à credibilidade dos cientistas.

Resumo: A presente comunicação possui o objetivo de refletir sobre o andamento dos estudos da obra “Mal de arquivo: uma impressão freudiana” (1995) do filósofo francês Jacques Derrida na tentativa de compreender como se dá o funcionamento do aparelho psíquico na formação das subjetividades. O filósofo propõe uma discussão acerca das características dos princípios arquetípicos ou arcaicos topo-nomológicos que regem a compressão do real, de modo que o arquivo é aquilo que permite a classificação das informações a serem armazenadas ou descartadas, bem como interpretadas por meio de figuras de autoridade, os arcontes. Os estudos de Freud evolucionaram a forma de entender a psique humana e a construção da subjetividade; assim, a dinâmica de destruição e construção no funcionamento do aparelho psíquico, é base fundamental para a compreensão das relações de mnese e anamnese. Derrida enxerga tais processos semelhantes ao que ocorre na constituição dos equipamentos tecnológicos, na dinâmica de arquivar e apagar na cultura. A memória, neste sentido, mostra-se como mais do que a mera preservação de informações, está intrinsecamente ligada ao ato de esquecimento e rememoração, à seleção do que é lembrado e do que é perdido. O nomeado “mal de arquivo” se refere a esse dilema em que se instaura o sujeito o que retém e o que deixa para trás.

Prof. Dr. Vitor Braga e Kamilla Abel Dias Gomes (Bolsista Pibic)

Resumo: Neste estudo, procurou-se examinar e debater elementos da internet que os jovens consideram prejudiciais, com ênfase em atitudes e materiais relacionados à política. Para tanto, apresentamos o resultado de uma análise de conteúdo de entrevistas semiestruturadas com estudantes do ensino médio de escolas públicas de Aracaju e Maceió. Os resultados revelaram que um número considerável de adolescentes mencionou espontaneamente questões relacionadas ao engajamento político nas mídias sociais, sobretudo no que eles definiram como “militância tóxica”.