Coreografias do olhar: o tango como dispositivo estético e narrativo no cinema argentino do silencioso ao clássico

O artigo analisa o dispositivo estético e narrativo do tango na constituição do cinema argentino, do período silencioso ao clássico, considerando transformações técnicas, performáticas e visuais entre as décadas de 1910 e 1950. Com base nas periodizações de Di Núbila, España e Getino, entre outros, contextualiza-se a passagem do cinema silencioso ao sonoro, destacando como o tango – em suas dimensões musical, gestual e cultural -, instaurou novas “coreografias do olhar” e moldou regimes hegemônicas de representação performática. As análises fílmicas de Tango! (1933), Los tres berretines (1933), Las noches de Buenos Aires (1935) e La historia del tango (1949) entre outros, evidenciam o papel do tango como matriz representacional da cultura popular, da imigração e das tensões de classe. Enquanto filosofia do olhar, o estudo discute ainda valores e estratégias de filmagem, enquadramentos coreográficos e apagamentos raciais que configuraram a visualidade da dança no cinema argentino do período.

Palavras-chave: cinema argentino; tango; período clássico; cultura popular; América Latina.

 

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