ÉTICA DO ENCONTRO A PARTIR DA PESQUISA AUDIOVISUAL: REFLEXÕES SOBRE O CURTA “FILOSOFIAS DO CORPO NO CARIRI”

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ISBN 978-85-7247-203-6   DOI 10.22533/at.ed.036192803

O presente trabalho visa discutir e teorizar aspectos éticos da investigação audiovisual na fronteira entre o filme documentário e o denominado “ensaio fílmico” tomando como objeto de reflexão o processo de pesquisa empírica, registro imagético, edição e exibição do curta-metragem Filosofias do corpo no Cariri cearense (2018). Partindo de uma experiência filosófica de entrada em campo para a pesquisa audiovisual retomaremos os questionamentos éticos tradicionalmente associados ao discurso documentário, à etnografia fílmica e às provocações filosófico-críticas do “ensaio fílmico”, cujas metodologias têm colocado em xeque as formas de subjetivação associadas à pesquisa empírica tradicional. Sendo o cinema um dispositivo de subjetivação que permite mostrar e sinalizar ao outro como eu o vejo (ROUCH, 1998; FREIRE, 2007), isso não exime o pesquisador de confrontar múltiplas aporias, entre “ver” e “poder” (COMOLLI, 2004) produtos de sua própria inserção em campo (FRANCE: 2008; GUBER, 2005). Ainda em sua primeira fase, esta investigação audiovisual das manifestações do corpo na cultura popular caririense, ao assumir a dança como parte da herança cultural do povo (ZEMP, 2013) propõe uma indagação através da reflexão filosófica em redor do registro fílmico das performances e oralidades que possa orientar novas políticas na preservação e transmissão, tanto das células coreográficas e rítmicas, quanto de aspectos simbólicos vinculados ao corpo e suas gestualidades. A investigação sinaliza processos de esquecimento sugeridos pelos artistas dos grupos de base que estão se mobilizando para minimizar o apagamento das memórias das artes populares no Cariri. PALAVRAS-CHAVE: pesquisa audiovisual; ética; filosofias do corpo; esquecimento; identidade

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