Walter Benjamin, Johann George Hamann : considerações sobre a origem e a essência espiritual da linguagem

Unicamp, Campinas, Brasil.

A presente pesquisa parte do interesse de Walter Benjamin (1892-1940) em redor do problema da origem e da essência espiritual da linguagem no período de sua juventude. Em 1916, Benjamin escreve o ensaio ‘Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem humana’, fonte principal deste estudo. Mostraremos que, uma referência de crucial importância para a compreensão desse controvertido ensaio, é a figura do escritor préromântico Johann Georg Hamann (1730-1788). A menção benjaminiana de Hamann opera, neste sentido, como ponto de apoio provocador e imprescindível para nossa análise. Em seus próprios contextos históricos, Benjamin e Hamann, fazem uma forte crítica aos conceitos de conhecimento e de experiência sustentados pela Aufkliirung e condensados por Kant. Na crítica dirigida por Benjamin e Hamann ao primado do fenômeno processual kantiano, tomam relevância as ‘Idéias das Teologia’ e a ‘experiência mágica da Revelação’, formando parte de um percurso extremamente provocador para a Filosofia Contemporânea. A abordagem benjaminiana da linguagem, em confluência explícita e implícita com Hamann, possibilita o desenvolvimento do presente estudo filosófico de ambos autores. Porém, para uma melhor compreensão do ensaio benjaminiano Sobre a linguagem, levaremos especialmente em conta dois textos bamannianos citados por Benjamin: ‘Estética in nuce. Rapsódia em prosa cabalística’ (1762) e ‘O cavalheiro rosacruz, última opinião sobre a origem divina e humana da linguagem’ (1772).

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